MASP

Uma introdução ao afrofuturismo: características, narrativas e estéticas

Horário
19h-21h
Duração do Módulo
ONLINE
3, 10, 17, 24.9 e 1.10.2020
QUINTAS
(5 aulas)
Investimento
Público geral
5x R$ 48,00
Amigo MASP
5x R$ 40,80
*valores parcelados no cartão de crédito
Professores
Kênia Freitas 
O afrofuturismo é uma expressão que aparece pela primeira vez em 1993 no texto Interviews with Samuel R. Delany, Greg Tate, and Tricia Rose do crítico cultural estadunidense Mark Dery. Embora recente na história da arte, o que o termo nomeia existe há séculos nas expressões artísticas e culturais negras. Afinal, tratar de afrofuturismo é falar de uma variedade de criações que especulam, fantasiam e fabulam a partir de uma perspectiva afrocentrada –seja no cinema, na literatura, na música, nas artes plásticas e visuais, no teatro, e em tantos outros campos de expressão cultural e artística.

Analisando obras de diversos artistas, como John Akomfrah, Nuotama Bodomo, Diego Paulino, Cauleen Smith, Sun Ra, o curso tem o objetivo de apresentar uma introdução aos estudos do afrofuturismo a partir da discussão de suas principais características narrativas e estéticas, a saber: a desconstrução das temporalidades lineares, o tensionamento entre imaginários utópicos e distópicos, a (re)conceitualização do saber ancestral como tecnologia, a importância da fabulação e da imaginação nas tramas e a performance dos corpos negros como inflexão criadora.

IMPORTANTE
As aulas serão online por meio de uma plataforma de ensino ao vivo. O link será compartilhado com os alunos após a inscrição. 
 

Planos de aulas

Aula 1 – 3.9.2020
Afrofuturismo, um curto-circuito temporal

Na primeira aula será feita uma introdução sobre a compreensão do afrofuturismo, apresentando como passado, presente e futuro se encontram e entram em curto-circuito. Apesar do nome que destaca o futuro, ao analisar as criações afrofuturistas entende-se que passado, presente e futuro não são temporalidades cronológicas e lineares nas obras. A partir de cosmovisões africanas, afro-diaspóricas e não ocidentais, as categorias temporais nas obras afrofuturistas mostram-se circulares, espiraladas e, sobretudo, em choque. 

Aula 2 – 10.9.2020
Distopia versus Utopia 

A segunda aula será dedicada a entender quais imaginários o afrofuturismo mobiliza em suas narrativas. É possível imaginar um futuro negro sem opressão racial em sociedades marcadas pelo racismo estrutural? Ou seriam a colonização e escravidão dos povos africanos distopias históricas que ainda marcam o nosso presente? Afinal, o afrofuturismo é mais distópico ou utópico? 

Aula 3 – 17.9.20202
Tecnologias Ancestrais 

Nesta aula pretende-se deslocar o entendimento comum sobre tecnologias –comumente associada às invenções técnicas da modernidade e do capitalismo industrial. A aula questionará então como os conhecimentos ancestrais podem ser tecnologias fundamentais na discussão sobre obras e narrativas afrofuturistas. 

Aula 4 – 24.9.2020
Fabulação e imaginação 

A quarta aula tratará das estratégias de fabulação e imaginação que atravessam as narrativas e obras afrofuturistas. Essas estratégias estão sendo utilizadas desde os anos 1950 no cinema, sobretudo no documentário, para criar relações de encontros sociais e raciais nos filmes. Veremos na aula, então, como o ato de fabular e imaginar no afrofuturismo complica e reinventa essa relação de encontro social e racial ao afrocentrar a perspectiva de criação. 

Aula 5 – 1.10.2020
Performance e reinvenção da negrura 

A quinta e última aula abordará como a performance corporal negra marca as narrativas e obras afrofuturistas. Se as discussões de representação e representatividade perpassam grande parte dos debates sobre a arte negra nas últimas décadas, nessa aula será abordada como a ideia de uma performatividade de negrura inventada por criações afrofuturistas deslocam esse debate. Afinal, como o afrofuturismo cria performances (cosmológicas, intergalácticas, atemporais…) nunca antes vislumbradas para a negrura? É uma das questões que alunos irão tentar responder para finalizar o curso.
 

Coordenação

Kênia Freitas é professora, crítica e curadora de cinema, com pesquisa sobre afrofuturismo e o cinema negro. Doutora em comunicação e cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Realizou a curadoria das mostras Afrofuturismo: cinema e música em uma diáspora intergaláctica, A magia da mulher negra e Diretoras negras no cinema brasileiro. Atualmente integra a equipe curatorial do IX CachoeiraDoc. Escreve críticas para o site Multiplot! desde 2012 e integra o Elviras - Coletivo de Mulheres Críticas de Cinema.

Conferencistas